Após cinco messes da liminar que exigia a desativação de parques aquáticos ou qualquer edificação ilegal que obstruísse o acesso à praia ou poluísse o meio ambiente, barracas da praia do Futuro continuam funcionando com as mesmas construções.
Crianças correndo por parques aquáticos, pessoas utilizando espaços de massagem, salão de beleza, cadeiras de sol acolchoadas e pra quem não gosta de areia, um espaço na grama. Essa cena não é de um dia em um clube e sim na praia do Futuro.
Diferente das praias urbanas de outras cidades, como a de Ipanema no Rio de Janeiro ou a praia de Boa Viagem no Recife, onde as pessoas têm a escolha de alugar ou levar seu próprio guarda sol, podem levar o isopo com a própria bebida e comida ou comprar de ambulantes que negociam o preço de acordo com o bolso dos fregueses. Algumas barracas da praia do Futuro acabaram se tornando restaurante de luxo, onde o cliente é obrigado a consumir para aproveitar a praia.
Quando se chega à praia do Futuro é muito difícil ter a visão da praia, já que além de construções enormes de fachadas, as barracas quase alcançam o mar. E o cliente acaba sendo obrigado a pagar o preço que as barracas propõem, pois em muitos casos os ambulantes não têm permissão de vender seus produtos. As opiniões de turistas, clientes e moradores se dividem. Muitos funcionários temem ficar sem emprego, se caso as barracas forem desativadas.
No primeiro semestre deste ano a GRPU/CE (Gerência Regional de Patrimônio da União) e o Ministério Público Federal entraram com uma ação civil pública contra o Município de Fortaleza e mais153 barracas de praia. Ficou determinado que as 43 barracas que não possuíam alvará de funcionamento seriam fechadas e que construções de obstáculos que impedem o acesso a praia e de parques que danificam o meio ambiente deveriam ser retirados pelos próprios donos dos estabelecimentos em 30 dias.
Os proprietários de algumas das barracas mais luxuosas têm a opinião de que só fazem o melhor para o cliente e que eles tem a opção de procurar barracas mais simples que atendam a necessidade do bolso de casa um. Também não crêem que a principal atração de hoje nas barracas, os parques aquáticos, possam fazer algum mal ao meio ambiente.
Em relação à ação que a GPRU/CE e o Ministério Público Federal moveram contra essas construções, os donos das barracas não se preocupam, pois respeitaram todas as condições que foram determinadas pela liminar proposta pela 4ª Vara da Justiça Federal do Ceará. Porém todos os parques aquáticos continuam funcionando.
De acordo com a GRPU/CE, por enquanto estão trabalhando no projeto na orla da Beira Mar, porém estão estudando melhores argumentos para entrarem novamente na justiça contra essas construções que danificam o meio ambiente e que são feitas em um espaço público.